Gol de placa de Everton Ribeiro foi a melhor coisa do jogo. Foto de Rodrigo Clemente - DA Press
Em homenagem ao talento de Everton Ribeiro e ao seu fantástico gol -
porque não, também, à boa atuação do time no primeiro tempo - não farei nenhuma
das críticas que reservei pro Marcelo Pacote Oliveira.
O Cruzeiro
que ele mandou a campo, sem
Maike, com pretensa contusão no vestiário, e Lucas Silva,trocado por Souza, era
exatamente o perfil do time de amigos e estrelas preferidas pelo treinador.
Funcionou por causa da movimentação de William e das atuações de Everton Ribeiro
- o melhor em campo -, de Egídio e Ricardo Goulart.
O Flamengo esteve acuado e nem a marcação especial tramada por Mano
Meneses foi prática. Numa das poucas descidas de Ceará pela direita, surgiu o
lance de gol de William, aos 29m. O cruzamento veio forte, a bola foi desviada
por Goulart no meio do caminho, enganou o goleiro Felipe que espalmou no pé
direito de William.
GOLS PERDIDOS
Antes de fazer 1 a 0, o Cruzeiro teve várias chances, todas
desperdiçadas por Borges: aos 7m, aos 13m, e pra complicar quase deu um gol ao
Flamengo, atrasando mal a bola, tomada por Marcelo Moreno, que driblou fácil o
Dedé e mandou uma bomba de perna esquerda na trave de Fábio.
O interessante é que o Cruzeiro foi fazer a primeira falta após os
30m e a segunda saiu aos 43m feita por Dedé. Teve ainda cinco escanteios a seu
favor contra nenhum pro Mengo.
FLA MELHOR
Nos primeiros 10m do segundo tempo, Borges perdeu outro gol na cara de Felipe,
após receber o passe de Goulart. Felipe pôs a escanteio. Na cobrança, Bruno
Rodrigo subiu bem e testou a bola na trave. A pressão do Cruzeiro era tanta que
aos 11 minutos aconteceu o belo gol de Everton Ribeiro.
O lance nasceu com Dedé lançando Ricardo Goulart que evitou a
saída da bola pela lateral. Fez o passe por cima de Samir pra Everton Ribeiro
dentro da área. Com impressionante frieza, o meia aplicou um lençol em Luiz
Antônio e antes da bola cair soltou o petardo pra cima de Felipe, que nem se
mexeu. Gol de placa.
Aí pensei comigo: do jeito que vai tem goleada. Que nada!
Marcelo teve aquele comichão de técnico inexperiente. Aos 19m, resolveu colocar
Julio Baptista, fora de forma, em
campo. Não estava obrigado a fazer isso.
E tirou uma das boas peças, o escorregadio William.
Só aos 34m, viu que Borges era o pé torto da noite e decidiu
colocar Vinicius Araújo no lugar dele. O garoto teria apenas poucos minutos pra
mostrar mais que o outro. Um minuto depois, mexeu de novo: trocou Ricardo
Goulart, que estava bem, pelo insosso Luan. Resultado de tudo isso: o Flamengo
que mexeu melhor ganhou o domínio do jogo.
GOL FATÍDICO
Aos 24m, o Fla foi premiado numa falha de Dedé que pressionado por Marcelo
Moreno e na indecisão de Fábio em sair da meta, quis dar um toque de lado. A
bola bateu no pé do centroavante, tirou o goleiro azul do lance e Carlos
Eduardo botou nas redes. Gol fora de casa, importante pra decisão na segunda
partida no Maracanã. O placar de 2 a 1 castigou a impaciência de Marcelo Pacote
Oliveira na sua mania de trocar, por trocar, aos 19m do segundo tempo.
O gol rubro-negro mostrou que Dedé atravessa aquela fase em que
seu pão só cai com a manteiga pra baixo. Justo quando estava melhor na partida,
entregou o ouro aos bandidos.
BOAS SURPRESAS
A lista de convocação de Luiz Felipe Scolari da Seleção Brasileira
pros amistosos contra a Austrália, no Mané Garrincha, de Brasília, dia 7 de
setembro e contra Portugal, dia 10, no Gilette Stadium, em Boston, teve
surpresas agradáveis.
Gostei de ver tantos atletas revelados no futebol mineiro
integrando a relação: o goleiro Jefferson, os laterais Maicon e Maxwell, e o
meio-campo Ramirez ex-Cruzeiro; Bernard, ex-Atlético e Fred, ex-América. Claro
que conto Jô, do elenco atleticano, que, no entanto, não foi revelado na base
da Cidade do Galo.
Outra surpresa é o Henrique, do Palmeiras, atleta de confiança de Felipão
e que, talvez, venha em definitivo selar a sorte de Dedé, do Cruzeiro, e Rever,
do Atlético, afastando-os da Copa do Mundo de 2014. Com relação aos outros
nomes, nada de surpresa: são os de sempre.
AGORA É A VEZ DO BOA
Sem nenhuma explicação do seu departamento médico, contestado por
seus pares do Vitória e da Ponte Preta, o zagueiro Thiago Carvalho foi
emprestado ao Boa Esporte. Com certeza, trata-se de uma jogada do clube pra
desanuviar o pesado clima gerado pelas "bombas" que o atleta levou
nos clubes pra onde foi emprestado. E se esses estiverem certos? Quem corre o
risco e quem pagará a alta conta no final de tudo, caso Thiago Carvalho tenha
algum problema mais sério, jogando em Varginha? Aliás, ele, por acaso, fez
algum exame médico no Boa Esporte, ou o clube do sul de Minas apenas acreditou
no parceiro da Toca?
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