William tá com a bola toda na opinião de Pacote - foto André Costa/Costa Press-Estadão
Dois gols e muita movimentação no ataque,
Willian foi personagem dos elogios do treinador Marcelo Pacote Oliveira depois
da vitoria por 2 a 1 sobre o Goiás.
Disse que o
atacante foi
fundamental, que "é jogador moderno,
técnico que recompõe, tem noção tática, leitura tática muito boa, ajuda na
marcação e está sempre bem colocado para as finalizações."
Não bastou. Quis elogiar mais: "em quase todos os jogos, ele tem boas chances para marcar porque se coloca bem e, além disso, é muito determinado para ajudar na marcação. É um jogador que tem sido fundamental e contra o Goiás mais uma vez nos ajudou muito”.
Não bastou. Quis elogiar mais: "em quase todos os jogos, ele tem boas chances para marcar porque se coloca bem e, além disso, é muito determinado para ajudar na marcação. É um jogador que tem sido fundamental e contra o Goiás mais uma vez nos ajudou muito”.
Não que Pacote
esteja de todo
errado com relação a William. Apesar da dose de exagero do técnico, ele quase
isso tudo, realmente.
DISTRIBUIR
MELHOR
Todavia, eu
gostaria de tomar
conhecimento de duas coisas: a) como William surgiu na vida do Cruzeiro, se
estava enterrado no Metalist, da Ucrânia, esquecido e na reserva?
b) Por que
Pacote não
tem o mesmo tratamento de entusiasmo que dedica a alguns forasteiros com o
pessoal da casa?
EXEMPLOS
MACHUCAM
Os exemplos que
fui buscar
nos alfarrábios quanto essa diferenciação de tratamento machucam .
Exemplos:
digamos que
Ricardo Goulart, recém surgido no Goiás, seja praticamente um menino da casa.
Marcou duas vezes na goleada por 4 a 1 contra o Atlético.
Fez até um de
bicicleta,
que foi anulado. No entanto, não mereceu elogios nem a titularidade na época.
No Cruzeiro 3 x
Náutico 0,
o menino Vinicius Araújo fez dois gols e ainda assim foi substituído aos 32m do
segundo tempo por Anselmo Ramon, cujo prestígio junto à torcida é zero.
Vejam como a
coisa muda:
contra o São Paulo, no Morumbi, Luan fez os três gols da goleada cruzeirense
por 3 a 0 e saiu louvado. Segundo Pacote, jogador moderno e seu representante
no gramado.
MELHOR DE TODOS
Lembram daquele
fantástico
Cruzeiro 5 x Vasco 3? Pois é, Lucas Silva mandou dois torpedos no ângulo, foi
considerado o melhor em campo.
Não ganhou nem
30 segundos
de elogios do treinador e nem a titularidade. Esteve perto de perder a posição
no jogo seguinte pra Souza, liberado pelos médicos.
FERA WILLIAM
Tomara que
William fique
no Cruzeiro. Porém pertence ao Metalist, emprestado até julho de 2014,
envolvido na venda de Diego Souza.
Vai se valorizar
aqui
e depois retorna à Ucrânia. Sua performance com a camisa celeste é excelente,
sem dúvida: já anotou quatro gols em 12 jogos.
A questão é
apenas essa:
não dá pra Pacote dividir equanimente essa puxação de saco entre "forasteiros" amigos e amigos dos
empresários com a meninada sem padrinhos da Toca da Raposa?
NÚMEROS BONS OU
RUINS?
Legal a gente encontrar site como Superesportes
interessado em dissipar dúvidas, em matérias pautadas ou sugeridas, pouco
importa. Tenho contestado aqui na Trincheira, cuja finalidade é essa mesma -
levantar polêmica - a ausência de entusiasmo de Marcelo Pacote Oliveira com a
meninada da base.
Por que chego a
essa conclusão?
Porque fui um dos poucos defensores da contratação de Marcelo exatamente por
sentir que sua fama de revelador e ousado lançador de jovens talentos seria
importante pro Cruzeiro naquele momento. Não foi o esperado.
Tudo bem que o
Cruzeiro
esteja na liderança e que o trabalho de Marcelo não mereça qualquer crítica
agora. Mas sou assim: gosto de cobrar, também, quando a coisa funciona. Na
época das vacas magras fica fácil cobrar.

LUTA MAIS DURA
E me lembro,
também,
quais foram as lutas e críticas pra Pacote acordar e ver a necessidade de
aproveitar Maike na lateral e Lucas Silva no meio.
O quanto se
falou por
Élber e até Álisson antes que este fosse pro Vasco. E o Vinicius Araújo? Fora
do esquema, enquanto Anselmo Ramon era privilegiado.
No meio-campo,
Pacote
tentou outros amigos como Guerreiro e Russo. Qualquer um ali não tem o futebol
de Lucas Silva. O rapaz teve que convencer ,com muita luta, ao treinador que vaga era dele.
Maike também convenceu, em
princípio. Mas bastou Ceará voltar da lesão e o menino estourar um músculo pro
critério de escolha ser mudado. Maike voltou e Ceará ficou na lateral-direita.
Mais uma vez
contra
o Goiás, Maike mostrou que o lugar ali é dele.
GOLEADOR
ESQUECIDO
Já Vinícius tem
feito
gols, mas não agrada o treinador. Deve ser seu jeito de pentear o cabelo, ou de
cuspir, ou de comer, ou de andar, sei lá.
Marcelo inventou
tanto
que nem levou Vinicius pro banco em Goiás e colocou Alisson no lugar de Borges,
outro perpetuado no coração do técnico.
Mas vamos lá, o que nos
informa a matéria do jornalista Gilmar Laignier? Diz ele no Superesportes:
"o
Cruzeiro de 2013 aposta nas
categorias de base como há muitos anos não fazia. Mais do que isso, os jovens
atletas têm dado retorno positivo dentro de campo e, muitas vezes, são aproveitados
como titulares em partidas importantes.
Foi o caso do meia Alisson que, nessa quarta-feira, substituiu Borges
contra o Goiás e deu o passe para Willian marcar o primeiro gol celeste. Mayke
deu a outra assistência.
Ao todo, sete jogadores da base já foram utilizados nesta temporada. Os mais acionados foram Mayke (24 jogos, 16 deles como titular), Vinicius Araújo (22 jogos, 13 como titular), Lucas Silva (16 jogos, nove como titular) e Elber (17 jogos, todos como suplente).
Ao todo, sete jogadores da base já foram utilizados nesta temporada. Os mais acionados foram Mayke (24 jogos, 16 deles como titular), Vinicius Araújo (22 jogos, 13 como titular), Lucas Silva (16 jogos, nove como titular) e Elber (17 jogos, todos como suplente).
HORA E VEZ DE
ALISSON
O meia Alisson
(cinco jogos, um como titular), o zagueiro Wallace (um jogo como suplente) e o
goleiro Rafael (três jogos, dois como titular) foram menos aproveitados.
O bom desempenho dos atletas da base é traduzido em números dentro de campo. Ao todo, eles já marcaram 14 gols nesta temporada e deram 13 passes diretos para gol. Foram somente oito cartões amarelos recebidos e nenhum vermelho.
Apenas em quatro jogos nesta temporada nenhuma prata da casa foi utilizada: contra o Guarani em Nova Serrana (0 a 0), contra o CSA em Alagoas (3 a 0), contra o Atlético no primeiro jogo da final do Mineiro (0 a 3) e contra o Atlético-PR (2 a 2).
O bom desempenho dos atletas da base é traduzido em números dentro de campo. Ao todo, eles já marcaram 14 gols nesta temporada e deram 13 passes diretos para gol. Foram somente oito cartões amarelos recebidos e nenhum vermelho.
Apenas em quatro jogos nesta temporada nenhuma prata da casa foi utilizada: contra o Guarani em Nova Serrana (0 a 0), contra o CSA em Alagoas (3 a 0), contra o Atlético no primeiro jogo da final do Mineiro (0 a 3) e contra o Atlético-PR (2 a 2).
O maior artilheiro é Vinicius Araújo, com oito tentos anotados. O maior
assistente é Mayke, com seis passes diretos para gol.
OPINIÃO DA
TRINCHEIRA
Excelente
matéria,
com ótimos números. Mas o que se discute é a persistência, o apoio que recebem
os "forasteiros" enquanto a meninada não pode errar, não tem esse
direito. Por exemplo: se o zagueiro Wallace estivesse no lugar de Dedé, após
tantas falhas iria parar aonde?
Vinicius Araújo
tem oito
gols anotados e qual é sua recompensa? Nem no banco ficou. Maike deu seis
passes diretos para gol e onde estava nesta quarta-feira, em Goiás? No banco.
Entrou pra mudar a cara do Cruzeiro.
E
o Lucas Silva, e o Élber, e o Vinícius, quantas vezes entraram, fora das
geladas, claro, e resolveram? Pacote não lhes dá o mesmo tratamento.
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